quinta-feira, 27 de setembro de 2012

E o que me traz de volta?

Eu já fui como você:
já perdi o fôlego, já amei demais, já sofri, chorei, sorri...
Acho que  quando se trata de amor fiz o caminho inverso.
Amei muito, muito cedo.
Me comprometi, fui Julieta. Morri.
E não quis mais ninguém, nem tampouco amar.
Mas como se sabe não há como prever essas coisas e quando achei que tinha feito de tudo, consegui amar mais ainda, loucamente, cegamente, imensamente.
E sabe quando vemos aqueles resgates de alto mar?
Você olha os quatro cantos e só enxerga oceano e o helicóptero descendo a pessoa, mergulhando-a, eu me senti assim. Só que ao invés de manter a corda de segurança eu a soltei e mandei a nave embora,  mergulhei de cabeça e sem fim. Quando a gente mergulha nunca pensa em voltar, porque voltar significa perder, e a gente nunca acha que vai perder. Mas acontece que a gente perde, e se perde. 
E não se quer voltar, não se tem mais forças pra voltar, porque voltar é dolorido, é vergonhoso, é tão frustrante que nunca mais voltamos, só nadamos em outra direção, silenciosamente tecendo nossas cordas de segurança e criando nossas próprias naves e rotas de fuga. E quando elas finalmente estão prontas, não há nada para nós, porque nós simplesmente não conseguimos sequer entrar novamente no mar, que dirá submergir.
E agora? É um trabalho do tempo, é conformar-se, é fazer o que? Esperar por quem?
Ir de qualquer maneira?
Nunca soube de ninguém que foi e voltou pra contar como funciona.

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